No final, tudo... termina. E isso é uma boa notícia!
- Renata Mendes
- 23 de mai.
- 2 min de leitura

É comum ouvir em situações difíceis: ‘no final tudo dá certo, se ainda não deu, não é o final’. Será? Tendo a acreditar que no fim tudo termina e como todo término, que pode ser um trabalho, relacionamento, um projeto, um estudo, até a vida, tem um momento de luto. Esse luto pode vir com alívio, com medo, com confusão, desolação, alegria, entusiasmo e curiosidade.
Vou trazer mais uma frase clichê: ‘a única certeza é a morte’. Uma vez que sabemos, apesar de muitas vezes não gostarmos de pensar sobre isso, que vamos morrer e que as coisas irão terminar de uma forma ou de outra, por que não pegamos essa certeza e escolhemos nossas atitudes diante das incertezas?
Deixa ver se eu consigo explicar. A vida é impermanência, transformação e constante mudança. Ela tem um início, um meio e terá um fim, mas não sabemos quando. Podemos entrar em desespero, tentar nos agarrarmos às coisas mesmo vendo elas escorrendo entre nossos dedos e/ou podemos nos perguntar: o que quero fazer com o tempo que me resta? O que quero realizar nesta breve vida? Como quero me relacionar comigo, com os outros e com o meio ao meu redor? Quando colocamos a finitude na equação das nossas escolhas, o que realmente faz sentido? Como quero contribuir para o mundo?
Essas perguntas me mobilizam a ter mais objetividade na vida. Me permite sentir o que for necessário sabendo que aquela emoção será transformada em outra coisa. Me permite desfrutar das situações porque elas não se repetem. Me permite mudar de ideia, tentar, errar, acertar, aprender porque a impermanência nos convida a revisitar as nossas certezas. Me permite ter lapsos de coragem para tomar decisões que mudam a minha vida inteira, sem a certeza do que vou encontrar ou gostar do outro lado da decisão. Decisões que serei a única responsável pelos resultados.
Por isso, no fim... tudo termina e isso é uma boa notícia! Porque temos a possibilidade de escolher, ressignificar sentidos e visões de mundo, de começar tudo de novo... dentro do tempo que durar. Mas sem perder tempo porque quando a gente perceber, acabou.
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