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Retiro de Yoga na Fundação CASA


Hoje em dia pessoas investem fortunas para ficar alguns dias em retiros espirituais, spas, tratamentos de desintoxicação e cursos de aperfeiçoamento. Agora, imagina fazer um retiro de Yoga dentro de um centro de medida socioeducativa em privação de liberdade?

Foi isso que fizemos! Dia 11 de Janeiro foi um dia especial para o nosso Projeto Aparigraha, no qual levamos Yoga e técnicas de auto gerenciamento para meninas da Fundação CASA, no centro Chiquinha Gonzaga. Após muito anos com aulas semanais de Yoga, sentíamos uma necessidade de aprofundar o autoconhecimento com as meninas que participam do projeto. Em parceria com o setor pedagógico do centro surgiu a idéia de fazer um "Retiro de Yoga" para essa imersão nas práticas de Yoga, com roda de conversa, relaxamento profundo, meditação, oficina de filtro dos sonhos, alimentação saudável e assistir um documentário sobre os questionamentos da vida.

Doze meninas escolheram participar da atividade, das 9h da manhã às 19h, sem saber muito o que esperar. Pedimos para elas irem de coração aberto e confiarem no que queríamos oferecer à elas. E foi lindo!

Ficamos em uma sala isolada do movimento normal da casa onde tivemos total privacidade para fazer nossa programação. Começamos com uma prática de Yoga liderada pela voluntaria do projeto Joana Ramos, focado em abrir o coração, estimulando a autoconfiança e a coragem.

Após a aula, servimos um suco verde feito na hora para elas experenciarem que uma vida saudável e equilibrada é feito de escolhas consciente, desde as nossas ações comportamentais até o que colocamos dentro do nosso corpo através dos alimentos. Algumas delas estavam receosas pois não sabiam quais eram os ingredientes do suco, mas quando provaram tentaram adivinhar os sabores e até pediram um pouco mais.

Em seguida, fizemos uma roda de conversa com o tema "Aceitação, a não-violência e o autocuidado". Compartilhamos os conceitos dos valores do Yoga, ensinei a régua da não-violência para ajudar no reconhecimento do processo interno da violência e a importância de valorizarmos o que gostamos na gente. Foi uma troca muito rica no qual surgiram questões como: "Prof, como faço para me conhecer?"; "O que gosto em mim, como minha sinceridade, nem sempre as outras pessoas gostam. Como faço para lidar com isso?". No final dessa conversa, uma das participantes disse que não precisaria mais do atendimento psicológico naquele dia.

Na volta do almoço, fizemos uma prática de Yoga Nidrá, relaxamento profundo onde entramos em contato com o inconsciente de forma consciente, seguido de canto de mantras relacionados a força, remoção de obstáculos e amor.

A funcionaria Eliani Aranda liderou a oficina Filtro dos Sonhos, prática conhecida pelos índios norte americanos em que se coloca a intenção dos sonhos enquanto tece com uma linha em um circulo feito de gravetos. Foi uma experiência interessante de fazer e desfazer até entender como a trama é criada e começa a surgir uma mandala enfeitada que representa o sonho de quem estava tecendo.

Um pouco antes da ultima atividade, o documentário Eu Maior, oferecemos um lanche com bolo de chocolate e nozes, frutas e agua de coco.

No final do dia, compartilhamos como foi o Retiro e os três ensinamentos que elas levariam para a vida. Divido com vocês algumas das coisas ditas por elas:

"Tive a sensação que estava em outro lugar e não aqui dentro."

"Aprendi o que é paciência, a régua da não-violência e a me conhecer um pouco."

"Aprendi a me respeitar, que gosto de algumas coisas em mim e a ter paciência."

"Gostei daquele negocio do 6 e do 9 (relacionado ao ponto de vista), a me conhecer um pouco e a relaxar.”

Os meus ensinamento desse retiro foi que é preciso coragem, persistência e flexibilidade para realizar os nossos sonhos. Foram muitos anos sonhando com esse dia e ele não teria acontecido de não fosse o suporte e colaboração das meninas, da Eliane, da Joana, da coordenadora Cidinha, do diretor do centro, o Ezeiton Rodrigues, dos funcionários que ajudaram a organizar tudo e das pessoas que participaram da última aula do ano de meditação, doaram e possibilitaram um dia diferente na nossas vidas.

Como diz o provérbio africano: “Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quiser ir longe, vá acompanhado.”


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